domingo, 30 de novembro de 2014

Compreendendo o 'mito da caverna'

Vídeo onde faço considerações acerca do "mito da caverna" de Platão, apresentando algumas interpretações dos significados nele presentes, abordando, ainda, o modo como o filósofo ateniense pensou a construção do conhecimento humano, numa metáfora do caminho que vai do plano do sensível ao inteligível. 




Obs.: Link para a tirinha de Maurício de Sousa citada neste vídeo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

As reformas religiosas


As Reformas Religiosas.
Quando foi? Século XVI.
Onde foi? Inicialmente na Alemanha e posteriormente na Suíça, Suécia, Noruega e Inglaterra até se espalhar por toda Europa.
O que foi? Foi um movimento reformista cristão do século XVI que criticava os abusos da Igreja Católica. Essas críticas, que iniciaram com Martinho Lutero, levaram ao rompimento com a Igreja e desencadearam o surgimento de várias religiões cristãs protestantes.
Antecedentes: Sabemos que a Igreja Católica foi a instituição mais poderosa da Idade Média. Contudo durante o século XV as críticas sobre a atuação da Igreja ganharam força, pois se acreditava que ela deveria se manter somente ligada aos negócios da fé e não se meter com os assuntos mundanos e matérias como sempre fizera.
Dois fatos colaboraram para agravar ainda mais a situação da Igreja ao longo dos séculos XV e XVI: A vida desregrada do clero (corrupção, venda de indulgências, relíquias religiosas, concubinagens, etc) e os abusos políticos dos papas que se envolviam em abusos e golpes políticos.


Figura 1 Xilogravura do século XVI que retrata a venda de indulgências pelo papa.

A Igreja estava desmoralizada e a insatisfação era generalizada na Europa. Principalmente entre os burgueses que não podiam desempenhar atividades comerciais como a cobrança de juros (usura).
Soma-se a isso o Renascimento que com sua postura antropocêntrica chega à conclusão de que o homem não precisa de um interlocutor com Deus.
Gradativamente , foram sendo criadas na Europa as condições para o surgimento de religiões mais adaptadas ao espírito capitalista.
Neste quadro de insatisfações o inglês John Wycliffe, torna-se o primeiro reformista por defender a livre interpretação da bíblia. Inspirado por ele o tcheco John Huss defendia o uso da língua vulgar nas missas, chegando até mesmo a traduzi-la em seu idioma. Huss foi condenado por sacrilégio e morto na fogueira em 1417.
A Reforma Protestante na Alemanha: No século XVI a Alemanha fazia parte do Sacro Império Romano-Germânico que era dividido em diversas regiões independentes. A Igreja Católica e o Império disputavam a influência sobre estas regiões o que já havia gerado diversos conflitos.

Martinho Lutero(1483-1546): 
foi um estudioso monge alemão que conhecia profundamente a Bíblia. A discordância de Lutero com relação à Igreja Católica começou após uma viagem que fez à Roma, onde teve oportunidade de conhecer o Vaticano.
Lutero ficou chocado com a riqueza, o luxo e a opulência do Vaticano. O problema era que toda esta ostentação contrastava com a pobreza do povo europeu naquela época. Então ele voltou para a Alemanha e em outubro de 1517 afixou na porta da catedral de Wittenberg suas 95 teses.
O papa Leão X, exigiu a retratação, o que não ocorreu, prolongando conflito por três anos. Em 1520, Lutero foi excomungado e para demonstrar a insatisfação ele queimou a bula papal em plena praça pública. Por seu radicalismo Lutero foi expulso do Império, mas logo acolhido pelo príncipe Frederico da Saxônia.
Protegido no castelo traduziu a Bíblia do latim para o Alemão e desenvolveu as três ideias básicas do protestantismo: só a fé salva, mas está fé deve ser baseada nas sagradas escrituras e sem a intervenção da igreja. Além disso, criticava a idolatria às imagens e os sacramentos mantendo apenas o batismo e a eucaristia. Fez com que a missa fosse rezada na língua local de cada país e não mais em latim, defendeu a ideia de que a Igreja deveria renunciar a todos os bens materiais e o fim do celibato para os pastores.
O alto clero e a nobreza alemã, que viviam em conflito coma Igreja de Roma, se apossaram rapidamente da ideia e das terras dela. Contudo, os protestantes encontraram muitas resistências e a guerra civil se tornou inevitável. Somente em 1555 os protestantes conseguiram a liberdade de culto. Rompendo-se definitivamente com a Igreja de Roma.
O fortalecimento do luteranismo na Alemanha influenciou o surgimento de outras religiões.

O Calvinismo: João Calvino (1509-1564) começou a pregar a reforma religiosa na França mas foi perseguido, refugiando-se na cidade Suíça de Genebra, onde foi apoiado pela burguesia local.
Suas principais ideias eram: a salvação só é atingida através da fé; Predestinação: a salvação é concedida por Deus somente para algumas pessoas eleitas; Todo homem é pecador por natureza; A realização de culto religioso deve ser feito em local simples e sem imagens. O culto deve ser composto apenas por comentários bíblicos, sem cerimônias; Realização da eucaristia e do batismo.
Suas ideias iam ao encontro das necessidades burguesas, pois valorizavam o acúmulo de capital e o trabalho.

Símbolo da Igreja Anglicana
O Anglicanismo: A Igreja católica possuía muitas terras na Inglaterra, o que a fazia muito rica e influente. O rei Henrique VIII pretendia fortalecer a monarquia inglesa e para isso era necessário reduzir a influência do papa dentro do país.
A crise com a Igreja veio quando esta se recusou a dissolver o casamento entre Henrique VIII e Catarina de Aragão (que não podia lhe dar um filho herdeiro). Mesmo sem o aval da Igreja, que o excomungou, o rei separou-se de Catarina e casou-se com Ana Bolena (decapitada posteriormente a mando do rei). O rei ainda casou-se outras seis vezes.
O rompimento oficial veio em 1534, quando o parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que colocava a Igreja sob a autoridade do rei.

Papa Paulo III
A Contrarreforma: foi a reação da Igreja Católica às Reformas Protestantes que se espalhavam pelo continente. Ela começa oficialmente em 1545, quando o papa Paulo III convoca o Concílio de Trento. Muitos livros são proibidos (Index), a organização interna da Igreja é modificada, ocorre a proibição da venda de indulgências e o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) é reativado. A Contrarreforma ainda possibilitou o surgimento de novas ordens religiosas como a Companhia de Jesus (considerados soldados do catolicismo), que marcaram enormemente a história de países americanos como o Brasil.

Fonte: Página do Will (com adaptações)

OS TRÊS FILTROS DE SÓCRATES


Na Grécia Antiga, Sócrates foi famoso por sua sabedoria e pelo grande respeito que professava a todos.
Um homem foi ao encontro de Sócrates, levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:
- Mestre, o senhor não imagina o que me contaram a respeito de um amigo seu. Disseram que o... Nem chegou a completar a frase e Sócrates aparteou:
- Espere um pouco! Disse o Mestre.- O que você vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
- Peneiras? Que peneiras, mestre?
- Explico. Disse Sócrates. - A primeira é a peneira da VERDADE: Você tem certeza de que este fato é absolutamente verdadeiro?
- Não. Não tenho, não. Como posso saber? O que sei foi que me contaram. Mas acho que... E novamente foi interrompido.
- Então sua história já vazou a primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira  que é a da BONDADE. O que você vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
- Claro que não! Disse o homem assustado.
- Então. Continua Sócrates. - Sua história vazou também a segunda peneira. Vamos ver a terceira peneira, que é a da NECESSIDADE. Convém contar? É realmente importante a divulgação desta informação? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade?
- Devo confessar que não. Disse o homem envergonhado.
- Então. Disse-lhe o sábio, se o que queres me contar não é VERDADEIRO, nem BOM e nem NECESSÁRIO...Guarde apenas para ti.
E ainda arrematou:
- Sempre que passar pelas três peneiras, conte! Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o mundo e fomentar discórdia.

Fonte: Página do Will

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Infernos - Documentário sobre a obra/vida do poeta Nauro Machado

Tive a honra de participar de um encontro em meados dos anos 2000, na verdade um pequeno sarau com jovens poetas maranhenses, ocasião em que esteve presente o mestre Nauro Machado. Naquela noite pude ler uma de minhas poesias para ele.  O poeta por sua vez me honrou com sua generosidade ao elogiar um de meus poemas. 

Além dessa, por várias outras vezes encontrei-o a andar pela cidade, confundindo-se com suas ruas, praças, cantos e recantos, tomando cerveja em bares do centro antigo, conversando com os pequenos comerciantes, homens comuns, do povo, e habitando ebriamente a solidão vulcânica de seus delírios poéticos.


Para mim Nauro Machado é o maior poeta maranhense de todos os tempos. Nele há, e em sua pouco conhecida obra, algo de único, singular e atordoante. Sua poesia alcançou um patamar de burilamento ontológico incomum, confundindo-se com ele mesmo e com tudo o que existe a seu redor.


Reverencio-te, pois, ó meu poeta!