sábado, 13 de abril de 2013

HÁ OUTROS SERES INTELIGENTES NO COSMO? (por Erich von Däniken)

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De acordo com os astrônomos, umas 4.000 estrelas podem ser percebidas à vista desarmada, numa noite serena. Já a luneta de modesto observatório astronômico traz quase dois milhões delas ao alcance da visão, enquanto moderno telescópio de espelho refletor aproxima a luz de bilhões de sóis - miríades de pontos de luz na Via Láctea. Mas, nas dimensões ilimitadas do Cosmo, esse nosso conjunto de estrelas é parte insignificante de um sistema estelar incomparavelmente maior um conglomerado de vias-lácteas, poder se ia dizer contendo cerca de vinte galáxias dentro de um raio de 1,5 milhão de anos luz (um ano luz é igual à distância que a luz percorre em um ano, isto é, 300.000 x 60 x 60 x 24 x 365 quilômetros, ou sejam, nove e meio trilhões de quilômetros, aproximadamente).

Embora vastíssimo, esse número de estrelas é ainda muito pequeno, em comparação com o que contém muitos milhares de galáxias espiraladas que o telescópio eletrônico revelou. Isto é apenas o que se descobriu até agora, devo ressaltar, porque as pesquisas nesse campo mal começaram.

O astrônomo Harlow Shapley calcula que há cerca de 1020 estrelas ao alcance de nossos atuais telescópios (numeral 1 seguido de 20 zeros isto é, 100 quintilhões de estrelas). Quando Shapley atribui sistema planetário a apenas uma, em cada grupo de mil estrelas, temos de admitir que estabelece proporção muito cautelosa. Se continuarmos a especular com base nessas estimativas, imaginando a existência de condições indispensáveis à vida numa só estrela em cada mil que centralizarem sistemas planetários, ainda encontraremos uma cifra fantástica 1014. Pergunta Shapley: Quantos corpos celestes, nesse número astronômico, possuirão atmosfera apropriada à vida? Um em mil? Isso ainda nos garantiria o número incrível de 1011 astros portadores dos requisitos necessários à vida. Embora se conjeture que a vida se produziu num só desses astros em cada milhar, ainda assim restam cem milhões de planetas em que podemos admitir a existência de seres vivos. Esses cálculos se baseiam na aparelhagem e técnicas hoje disponíveis, mas não devemos esquecer que tais meios de pesquisa estão sendo constantemente aperfeiçoados.

De acordo com hipótese do bioquímico Dr. S. Muler, os processos biológicos e as condições que lhes são indispensáveis possivelmente se desenvolveram mais rapidamente em alguns daqueles planetas do que na Terra. Se aceitarmos essa audaciosa idéia, civilizações mais avançadas que a nossa podem ter evoluído em 100.000 planetas.

O Professor Dr. Willy Ley, conhecido vulgarizador de conhecimentos científicos e amigo de Wernher von Braun, disse me em Nova York:

"O número aproximado de estrelas, somente em nossa Via Láctea, sobe a trinta bilhões. A suposição de que nossa galáxia contém, pelo menos, dezoito bilhões de sistemas planetários, é admitida pelos astrônomos da atualidade. Se tentarmos reduzir essas cifras, tanto quanto possível, e imaginarmos que as distâncias no interior de sistemas planetários são reguladas de tal modo que somente num caso entre cem existe planeta em órbita na "ecosfera" de seu próprio sol, tudo isso ainda deixará 180 milhões de planetas capazes de manter a vida. Se, em prosseguimento, supusermos que, entre Os planetas assim capacitados, somente num deles, em cada centena, o potencial vitalizante haja sido aproveitado, ainda teremos 1.800.000 planetas com seres vivos. Admitamos, para concluir, que num só planeta, entre cem com seres vivos, existam criaturas com grau de inteligência semelhante ao do Homo sapiens. Pois esta última conjetura ainda garante para nossa Via Láctea o enorme número de 18.000 planetas com vida inteligente semelhante à nossa."

Considerando se que as mais recentes computações evidenciam a existência de 100 bilhões de estrelas fixas em nossa Via Láctea, a lei da probabilidade nos aponta cifras muito mais altas que as usadas pelo Professor Ley em seu cauteloso cálculo.

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Deixando de lado números fantásticos e galáxias mal conhecidas, podemos concluir que há 18.000 planetas relativamente próximos de nós que oferecem condições necessárias à vida, similares às que existem na Terra. Entretanto, poderíamos ir à frente em nossas especulações e imaginar que apenas um por cento daqueles planetas seja efetivamente habitado. Ainda haveria 180 deles! Já não há dúvida sobre a existência de planetas muito assemelhados à Terra, quer quanto à gravidade e composição atmosférica, quer quanto à flora e, possivelmente, até a fauna. Mas, será essencial que os planetas devam ter condições semelhantes às da Terra para que neles exista vida?

A idéia de que a vida só pode florescer sob as condições terrestres foi invalidada pela pesquisa. É erro acreditar que a vida não pode existir sem água e sem oxigênio. Até mesmo na própria Terra há formas viventes que não precisam de oxigênio: são as bactérias anaeróbias. Pequena porção de oxigênio já é mortal para elas. Então, por que não haveria mais altas formas de vida num ambiente sem oxigênio?

Pressionados pelos conhecimentos novos que surgem a cada dia, teremos de atualizar a imagem mental que formamos do mundo. A investigação científica, até recentemente concentrada apenas na Terra, promoveu nosso próprio mundo à categoria de planeta ideal. Não é demasiadamente quente, nem exageradamente frio; contém água em abundância; dispõe de ilimitada quantidade de oxigênio; Os processos orgânicos rejuvenescem a natureza constantemente.

Mas, em realidade, é absolutamente insustentável a suposição de que a vida só possa existir e desenvolver se em planeta similar ao nosso. Calcula se que vivem na Terra 2.000.000 de espécies diferentes de seres vivos. Desse conjunto - e aqui se trata, novamente, de estimativa - são "conhecidas" cientificamente 1.200.000 espécies. E entre essas formas de vida, que a ciência conhece, há milhares que deveriam ser incapazes de viver, de acordo com os ensinamentos que atualmente ainda prevalecem! As premissas de que partimos para estabelecer condições mínimas de vida têm de ser revistas e novamente testadas.

Por exemplo: poder-se-ia pensar que a água altamente radioativa é sempre isenta de germes. Mas, na realidade, há certas espécies de bactérias que se adaptam à água letal que circula pelos reatores nucleares. Uma experiência realizada pelo Dr. Siegel chega às raias da fantasmagoria. Reproduziu ele, em seu laboratório, as condições atmosféricas de Júpiter e cultivou bactérias, como também minúsculos acarinos, na mencionada atmosfera, que não possui um só dos requisitos que até agora enumeramos como indispensáveis à vida. Amônia, metano e hidrogênio não exterminaram aqueles seres vivos. As experiências de Hinton e Blum, entomologistas da Universidade de Bristol, também alcançaram resultados surpreendentes. Os dois cientistas desidrataram uma espécie de pequeninos mosquitos à temperatura de 100° C. Logo após, imergiram seus diminutos "cobaios" em hélio líquido que, como se sabe, é tão frio como o espaço. Depois de os submeter a poderosa radiação, fizeram nos retornar às suas condições normais de vida. Os ditos insetos nada perderam de suas funções biológicas e produziram mosquitinhos perfeitamente "sadios". Estamos igualmente informados sobre bactérias que vivem em vulcões, assim como sobre outras que se alimentam de pedra ou produzem ferro. A floresta de pontos de interrogação continua, pois, a crescer cada vez mais.

Há experiências em andamento nos laboratórios de muitos centros de pesquisa. Continuam a acumular se novas provas de que a vida de maneira alguma se condiciona aos requisitos anteriormente fixados. Julgou se, durante séculos, que o Universo inteiro estivesse sujeito às mesmas leis e condições que prevalecem na Terra. Tal convicção destorceu e turvou nossa forma de ver as coisas; colocou antolhos nos investigadores científicos que, sem hesitação, adotaram nossos moldes e sistemas de pensamento para contemplar o espaço exterior. Teilhard de Chardin, o pensador que marcou sua época, sugeriu que somente o fantástico tem a possibilidade de ser real no Cosmo!

Se nossa maneira de pensar fosse aplicada em direção inversa - isto é, considerando as coisas da Terra como vistas de muito longe no espaço - seres inteligentes, nascidos noutro planeta, julgariam indispensáveis à vida as condições prevalecentes no planeta deles. Se vivessem a uma temperatura de 150 a 200º C abaixo de zero, pensariam que tais temperaturas, incompatíveis com o tipo de vida que conhecemos, são indispensáveis à vida noutros planetas. Isto corresponderia aos processos lógicos com que temos tentado eliminar as trevas do passado. Se quisermos manter nosso respeito próprio, deveremos ser racionais e objetivos. Em todas as épocas, as teorias audaciosas sempre pareceram visionárias. Mas, quantas fantasias já se tornaram, há tanto tempo, realidades comuns da rotina diária! Por certo, os exemplos dados aqui visam a evidenciar as mais remotas possibilidades. Entretanto, quando fatos aparentemente improváveis, que nem podemos imaginar hoje, forem demonstrados como o serão em toda a sua veracidade de coisa realmente acontecida, as barreiras desmoronarão, permitindo livre acesso às "impossibilidades" que o Cosmo ainda esconde. As gerações futuras encontrarão no Universo formas de vida jamais sonhadas. Não existiremos nessa época, para testemunhá-lo, mas nossos descendentes terão de aceitar o fato de não serem as únicas - e, certamente, nem mesmo as mais antigas - inteligências no espaço cósmico.



Calcula-se que a idade do Universo situa se entre oito e doze bilhões de anos. Os meteoritos mostram traços de matéria Orgânica, quando observados ao microscópio. Bactérias com milhões de anos de idade despertam novamente para a vida. Espórulos flutuantes são impelidos pela luz de um sol qualquer para as profundezas do espaço, e chega um tempo em que são capturados pela força gravitacional de algum planeta. Vidas novas vêm se desenvolvendo assim, num ciclo perpétuo de criação, há muitos milhões de anos. Cuidadosos e repetidos exames de toda espécie de rochas, recolhidas nas diferentes partes do globo, provam que a crosta terrestre formou se há cerca de 4.000 milhões de anos. Sim, e tudo quanto a ciência sabe é que algo semelhante ao homem já existia há um milhão de anos! Desse gigantesco rio do tempo, ela só conseguiu represar um insignificante arroio de 7.000 anos de história humana, à custa de muita canseira, muita aventura e elevada dose de curiosidade. Mas, que são 7.000 anos de história humana, comparados com milhares de milhões de anos da história do Universo?

Nós - os modelos da criação? - levamos 400.000 anos para atingir nosso atual estágio biológico e nosso presente nível mental. Quem pode apresentar prova concreta de que outro planeta não poderia proporcionar condições favoráveis para mais rápido desenvolvimento de inteligências similares ou distintas da nossa? Existe alguma razão em virtude da qual não possa haver "competidores" noutro planeta, que sejam iguais ou superiores a nós? Temos alguma base para eliminar essa possibilidade? Entretanto, isso é o que temos feito até hoje.

Quantas vezes têm desmoronado os pilares de nossa sabedoria! Centenas e centenas de gerações acreditaram piamente que a Terra era plana. A firme convicção de que o Sol girava ao redor da Terra manteve-se inabalável durante milhares de anos. Estamos ainda seguros de que a Terra é o centro de tudo, apesar de Ter sido provado que nosso planeta é um apagado corpo celeste de pequenas dimensões, que vagueia a 30.000 anos luz de distância do centro da Via Láctea.

Chegou o tempo de admitirmos nossa insignificância, descobrindo o infinito no Cosmo inexplorado. Só então teremos consciência de que não passamos de minúsculas formigas no vasto complexo do Universo. Mas, sem que pese tudo isso, nosso futuro e nossas possibilidades estão nas profundezas do espaço, lá... onde os deuses disseram que estariam!

Somente após ter visualizado o que nos reserva o futuro disporemos de força e determinação suficientes para investigar o passado de maneira honesta e imparcial.

(trecho da obra de Erich von Däniken, Eram os deuses astronautas? Enigmas indecifrados do passado. tradução E.G. Kalmus. 2.ed. São Paulo: Círculo do Livro, 1974.)

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